Luzes, Reflexão

janeiro 29, 2009



Bright Bike (with flash)

Upload feito originalmente por mandiberg

O nobre ciclista dono da bicicleta que ilustra esse post achou que valia a pena deixar sua magrela irritantemente refletiva.

Um vinil branco encobre todo o quadro e certamente nenhum motorista vai conseguir “deixar de ver” enquanto a bicicleta desliza pelos cruzamentos.

Apesar do exagero, a precaução do ciclista faz sentido, afinal a maioria absoluta dos acidentes entre motorizados e bicicletas ocorre em cruzamentos. A escuridão da noite certamente ajuda a comprovar a estatística, mas não para o dono dessa magrela.


O verdadeiro espírito beergan

janeiro 23, 2009

Ok, é uma propaganda, mas pelo menos é de cerveja. Se você não sabe o que é o beerganismo, ouça aqui a explicação do meu amigo baiano, fundador de tão nobre doutrina.


Skid spots

janeiro 20, 2009

O Will escreveu o post mais útil da história do universo. Quem tá montando uma fixa tem obrigatoriamente que ler essas tabelas que ele fez antes de escolher a relação que vai usar.

Eu sei que copiar é feio e que o intuito de um blog é oferecer conteúdo novo, mas o cara já resolveu a questão. Com a autorização dele estou tendo a cara de pau de simplesmente copiar tudo, até a bela foto que ele escolheu.

E para quem não conhece, o blog dele é muito legal, vale muito a pena.

water-skid

Eu diria que uma das mais importantes escolhas ao se montar uma Fixa, se não a mais importante, é a escolha do tamanho da coroa e do pinhão.
Essa escolha definirá a performance de sua Fixa (e claro a sua) de acordo com o terreno em que se pretende andar. Para ajudar nessa seleção, coloquei aqui uma tabela que ajuda a comparar as diferentes “polegadas de marcha”, uma das 3 formas principais de se medir essa variação. A polegada de marcha (ou Gear Inches) é facilmente calculada pelo diâmetro da roda de trás vezes o tamanho da coroa dividido pelo tamanho do pinhão (RODA*COROA/PINHÃO) em polegadas. As relações azuis são as mais leves e as vermelhas as mais pesadas. Outras formas de se medir essa variação podem ser encontradas no site do Sheldon Brown. Selecione algo intermediário e aproveite!

Nessa tabela você pode também consultar os “Skid Spots”, muito úteis para os que andam sem freios, são a quantidade de pontos do pneu que seram desgastados com as derrapagens considerando-se sempre o mesmo pé à frente. Quanto mais pontos, mais tempo irá durar seu pneu. Viu só? Ajudei a economizar seu pneu e dinheiro.

skid-spots


Fixas cruzando a América

janeiro 19, 2009

raam

E não é que uma dupla de dois malucos participou do Race Across America em 2008.

Dizem (não sei se é verdade porque não corro, mas faz sentido) que rodas fixas são a melhor coisa pra treinar e a pior pra correr.

Pra treinar é bom porque você tem que girar muito, não pode errar nas curvas, usa mais músculos (pois tem que acelerar e freiar nas pernas), usa igualmente as duas pernas e etc.

Mas para correr é ruim porque no meio do pelotão, enquanto tá todo mundo na maciota, você continua pedalando. E na subida e na descida você tem que ir na mesma marcha, não dá pra usar uma leve e depois mudar pra uma pesada.

Mas os caras foram lá e mostraram que dá. Mais informações neste link.

A dica foi do Albert.


MÁRCIA, sempre será nossa 1ª dama

janeiro 14, 2009

Para Sempre  te lembraremos, nossa eterna 1ª Dama.

“Márcia Regina de Andrade Prado, 40, massagista, ciclista, primeira dama das rodas fixas paulistanas, minha amiga, mais uma vítima da imbecilidade humana. Nunca vi ela de mal humor, nunca vi ela sendo grossa com alguém, sempre uma presença tranquila e bem vinda. Descanse em paz.”  Sílvio

SoroTRIP - Foto CANNA

SoroTRIP - Foto CANNA

“Tudo começou quando comprei uma monark 10. O Canna, em minha homenagem, deu a ela o nome de Monárcia. Ela estava toda  zoada, detonada mesmo. Tinha rodas, mas carcomidas por ferrugem, a pintura estava nojenta, enfim um lixo.  Comecei a ver como fazer para pintar e comprar as peças. A coisa foi demorando e resolvi partir para um plano B, que consistia em comprar uma bike em melhores condições. Achei uma caloi 10 bastante boa, mas não consegui ajustar meus horários com os do proprietário, e uns 10 dias depois parti para uma caloi sprint 10.

A Monárcia foi pro Canna, a caloi 10 pra pqp e a sprint (ainda) 10 – em futuro batismo, Mona – fui buscar em Guarulhos, na minha primeira viagem àquela cidade. De metrô e ônibus. Confiando nas fotos e nas palavras do vendedor, decidi que voltaria pedalando uma bike desconhecida. Como o endereço ficava perto da Ayrton Senna, em poucos metros eu estava no acostamento de uma rodovia. Sentindo que o banco precisava estar mais alto. Que os freios poderiam estar melhores (mas, afinal, era uma sprint) e que era bom me acostumar logo àquela postura completamente diferente do habitual. Entrei na marginal e novamente as origens loiras atacaram, confundi a entrada para a marginal da marginal e de repente eu estava na pista expressa da marginal tietê!! Acho que os motoristas ficaram tão surpresos que ninguém passou perto de mim, então achei bom e segui um bom trecho por alí mesmo… Essa foi a segunda aventura – considerando a primeira ter a bike inteira e funcionando.
Cheguei em casa sã e salva, e à noite Canna e JuM apareceram para a transformação… que não aconteceu. A marreta de precisão não foi páreo para a catraca, então “apenas” depenamos a bike e no dia seguinte fui convencer meu bicicleteiro a montar uma fixa. Não sem antes ficar um tempão passando uma massa que ganhei do Canna para que as marcas do tempo fossem suavizadas. Algo como, segundo a JuM, uma exfoliação. Vários machucados nas mãos depois, a bike estava rejuvenescida.
O bicicleteiro precisou de 24hs para tomar coragem e sábado de manhã eu já estava lá pressionando o cara pra poder ter uma diversão fixa no finde. Às 13:00hs a bike estava pronta, de pneus novos (os antigos estavam péssimos) e eu ainda dei mais trabalho para ele pq comprei a fita anti-furo e claro que queria que ele colocasse.
Mas tive que trabalhar e não pude usar a bike no sábado, coisa que só aconteceu hj, domingo. Foram 2 rolês:
O primeiro, uns 50 minutos pedalando (no intervalo da garoa). Algumas considerações:
1- preciso de um canote maior
2- o selim continua empinando, apesar de todos os apertos. Preciso de outro carrinho, é isso?
3- o pedal esquerdo dá um soquinho num ponto da volta. É o pedal, não é o pedivela. Isso é questão de aperto ou terei que trocar os incríveis pedais de berlineta que acompanham a sprint?
4- a relação é pesada, mas menos do que achei. Até consegui encarar umas subidas, claro que não muito grandes nem tãoooo inclinadas. Mas preciso ajustar a altura do banco para não destruir meus joelhos.
5- Acho que talvez quem sabe esteja começando a pegar o jeito de reduzir a velocidade dela. Na verdade nesse rolê estava preocupada basicamente em parar, que é meu grande medo nessa bike. Para quem conhece minha casa, consegui encarar a descida até meu portão segurando a velocidade no pedal, só brequei na porta. Mas… DÓI!!! E claro que estou longe daquelas brecadas destroem pneus, só reduzo a velocidade, e ainda assim porque a velocidade anterior não era tanta. Mas é um começo, né?
O segundo, agora à noite. Nesse eu estava um pouco mais adaptada à bike, continuando mais preocupada com como segurá-la que com velocidade ou malabarismos (esses tentarei na garagem, escondida de todos. Chega de tombos públicos). Impressões:
– De fato não peguei nenhuma subida bicuda, mas fiquei espantada de encarar várias subidinhas pelo caminho e superar todas. Decidi que não quero mexer na relação nesse momento;
– Tive um momento de susto grande quando resolvi correr num trechinho. Perdi o controle dos pedais e fiquei com as pernas no ar esperando reduzir a velocidade para conseguir “achar” os pedais novamente. Achei que ia me arrebentar no chão. Mas foi bom porque então resolvi que tinha que treinar pedalar, e não só tentar parar. Sim, sei que o firma-pé serve exatamente para esses momentos…
– O soquinho no pedal esquerdo aumentou. Agora são 2 socos, em momentos distintos. E agora tenho um nheco-nheco no pedivela. Aquela história de bike silenciosa foi pro saco. Visita ao mestre bicicleteiro amanhã…
– Dores: nas mãos, em alguns lugares nas costas, na bunda e um pouco nas coxas.(…)
Acho que é isso.
E a minha fixa é a mais linda de todas, porque é minha!!!! hehehe
Márcia

PS: e agora temos um bicicleteiro que monta fixas!”

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Ela também assinou o Manifesto dos Invisíveisleia um trecho que destacamos:

“(…) clamamos por respeito. Às leis de trânsito, à vida. As ruas são públicas e devem ser compartilhadas entre todos os veículos, como manda a lei e reza o bom senso. Porém, muitas pessoas não se arriscam a pedalar por medo da atitude violenta de alguns motoristas. (…)

Preferimos crer que podemos fazer nossa cidade mais humana, do que acreditar que a solução dos nossos problemas é alimentar a segregação com ciclovias. Existem alternativas mais rápidas e soluções que serão benéficas a todos, se pudermos nos unir para construi-las juntos.”

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compartilho com vocês um dos últimos emails, que Márcia enviou para os apreciadores das FIXAS , aqui em SAMPA:

” Senhoras e Senhores,

Segue enfim a foto da Mona, diretamente da praça mutante.

Agradecimentos especiais ao sr. Libélula, sempre ágil e eficiente!

Não se decepcionem, essa não é uma superprodução Cannonica… Segue a linha básico-que-some-na-multidão-e-pode-ser-parado-em-qquer-lugar-sem-medo.

Bjs,

Márcia”

……

Aqui um relato do LUTO, escrito pelo Mestre CANNA:

“Tá difícil de acreditar.

A gente no dia-a-dia, se acostuma com o risco de andar de bicicleta em SP, de viver nesta merda. Eu acreditava que era possível usar este meio de transporte, mas isso que aconteceu com a Márcia não vai me deixar pedalar tranquilo. Eu não consigo.

Puta que pariu, só Deus sabe porque coisas assim acontecem e peço a Ele que proteja os nossos caminhos, peço que vocês se cuidem no trânsito, pensem que qualquer dia pode ser o último passeio, a última bicicletada, a última vez que vc vê seu pai, sua mãe. Por quê tem que ser assim, POR QUÊ?

Eu perdi uma amiga, um nova amiga e de verdade…é difícil ver uma mensagem na sua caixa de emails de alguém que não está mais aqui!

Sei que é um momento de emoção mas, senti o quanto vocês da bicicletada, que às vezes vejo uma vês por mês e olhe lá, são importantes para mim.

Só consigo pensar na manhã do dia 1º de Janeiro,no nosso encontro ciclístico no centro em que vimos aquele raiar de dia lindo, no topo do prédio. Voltei com ela até o Ipiranga, pedalando pela Avenida Paulista que seria onde ela pedalaria seus últimos metros neste mundo.

Eu não tô legal não. Tô muito confuso e preciso pensar no que realmente importa na vida…isso não foi justo, mas quem sabe de nosso destino é algo superior que não erra – e temos que nos amparar nisso para seguir a vida.

Tchau moça do capacete vermelho.

Canna”

………………….

Outras Homenagens:

Luto pela morte de ciclista – 1
Luto pela morte de ciclista – 2
O motor venceu
Sempre Márcia
Sua pressa vale uma vida?
Vivemos a guerra, aqui na cidade
Fique em paz, Márcia
Márcia será sempre a nossa primeira dama
Guerreira do asfalto
Vida de ciclista
Cicloativistas paraenses realizam Bicicletada Márcia Prado, contra a violência no trânsito
Márcia Regina de Andrade Prado

Ciclista Márcia, presente!

Chega de Sociedade do Automóvel

Nota de Luto

Luto

Um mundo sem carros

Ônibus mata ciclista

Não esqueceremos

A gente sente muito

Triste realidade

Protesto dos ciclistas na Paulista

Adeus Amiga!

Márcia Regina de Andrade Prado ( 17/11/1968   – 14/01/2009)

……..

Homenagem à ciclista Márcia Prado:

QUINTA (15/01), às 18h, na Praça d@ Ciclista


*

Bicicletada da Memória: Márcia Prado

SEXTA  (16/01), às 18h, na Praça d@ Ciclista

-.-.-.-.

O N E   L E S S   G E A R


Esporte não é saúde

janeiro 14, 2009

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Rasmussen, o frango.

Alguém ai falou em câncer de pele?


Fixa & Futebol em SP

janeiro 13, 2009

Há mais de 100 anos, o esporte bretão foi introduzido, em terras brasilis, por Charles Muller e rapidamente se enraizou no corpo e sangue do brasileiro.

Sílvio, o idealizador e criador do blog, sempre nos convida para uma visita ao estádio do seu time do coração – o Juventus.

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"O futebol é um reino da liberdade humana exercido ao ar livre" - GRAMSCI

A oportunidade surgiu: um jogo da taça São Paulo.  Seria ótimo ver um cortejo das Fixas paulistanas, da praça do ciclista até a Moóca; Vamos convidar o Juca K, grande entusiasta do chamado futebol arte, das lembranças historiográficas do esporte bretão na terra da garoa.

Agora é esperar o convite formal, com ampla divulgação ( senta que lá vem emails…)

O N E   L E S S   G E A R


As ruas sustentáveis de Nova Iorque

janeiro 13, 2009

nova-iorque-ruas-sustentaveis

Sempre achei que boas mudanças acontecendo no centro do mundo são bons sinais para todos. Em geral, o centro gira mais devagar do que as borda. Quando acontece lá, é porque já era, vai se espalhar para todo lugar.

Parece que agora, muito depois da Europa e muito antes das terras de Pindorama, Nova Iorque está se tornando uma cidade mais humana, amiga das bicicletas.

Veja neste vídeo de 3:37 minutos do Sérgio Abranches como a ciclista maluca comissárias de transportes da cidade, Janette Sadik-Kahn, tirou do automóvel algumas importantes ruas e as transformou “em espaços públicos, controlados por pedestres e ciclistas”. Até a emblemática Madison Square foi salva e voltou a ter vida.

E não para por ai: bilhões de bicicletários e estacionamentos de bicicletas serão implantados.

Yes, we can!!


Para treinar o skid

janeiro 10, 2009

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Basiléia, Suiça. Dezembro de 2008. Foto do Zé Alberto.


Estátua

janeiro 9, 2009

Aguarde. Em breve, a primeira fixolimpíada de Sampa. Provas de estátua, ladeira, pólo e muito mais.